quinta-feira, 9 de julho de 2009

Fases do Brincar

Quando aparece na criança a fase do brincar de imitar?

Geralmente, dos 2 aos 8 anos,as crianças começam a imitar as relações do cotidiano e expressar seus sentimentos, é uma fase simbólica, do faz-de-conta. Quando a criança começa a simbolizar, propicia que a linguagem evolua com mais rapidez, assim a linguagem influencia na evolução da brincadeira e a brincadeira auxilia na evolução da linguagem.


Quais são as fases típicas da imitação pelas quais a criança passa no período de 2 a 8 anos?

De 0 a 12 meses - Sensório – Motor


Desde cedo o bebê brinca com o próprio corpo. Como levam tudo à boca, os mordedores de plástico e bonecos de pano laváveis são uma boa opção nesta fase. Os móbiles de berço ajudam no desenvolvimento da visão e percepção e os chocalhos, enfeites com som ou guizos, estimulam a atenção auditiva. Brinquedos flutuantes, sem arestas e grandes, para a brincadeira durante o banho, são pura diversão para a criança.
Entre os 18 meses e os dois anos, dá-se a passagem de uma inteligência sensório-motora para uma inteligência representativa e simbólica. Nesta fase a criança encontra novos caminhos para resolver problemas, não por tentativa e erro, mas por combinações mentais. Já compreende os problemas. Agora a criança já tem capacidade de imitar um objeto sem a presença deste, pronuncia palavras que se referem às coisas ou pessoas ausentes, pois possui as respectivas representações mentais .


De 1 ano a 3 anos - Pré – Operatório


A partir de 1 ano a criança já começa a andar e os brinquedos de apoiar e empurrar, são muito úteis no apoio aos movimentos e no equilíbrio da criança, que passa para a posição ereta. Boa fase para o desenvolvimento da criatividade: pintar com dedo, impressão das mãos e pés no papel ou na cartolina, peões, bonecas de pano e bichos de pelúcia, além de caixas, arcas e baús, que permitem que os pequenos tirem e guardem objetos e brinquedos que podem ir na água e na areia, como os baldinhos. Blocos e jogos de empilhar peças grandes também são indicados porque estimulam a criatividade e a coordenação. A partir dos 2 anos e meio começam a aparecer as brincadeiras de encaixe, caminhão que puxa, bonequinhas, bichinhos contextualizados, desenvolvimento visual perceptivo, motricidade fina, lateralidade e brincadeira de roda com movimento a partir dos 3 anos. A criança pode representar as ações e objetos através de símbolos. Não necessita de agir imediatamente, pode visualizar a ação antes de a realizar. A criança exerce a função simbólica ao falar, ao brincar ao faz de conta, ao desenhar... Este estágio coincide com o começo da aquisição da linguagem. Com esta abre-se um novo mundo para a criança em que os símbolos de que dispõe (palavras) se apresentam como substitutos dos objetos e das situações. Neste estágio, ao nível do pensamento, a criança é extremamente egocêntrica: pensa que o mundo foi criado para ela, é incapaz de compreender o ponto de vista dos outros, centra-se no seu ponto de vista. A realidade é percebida e imaginada a partir do seu ponto de vista. Nesta fase, mesmo quando brinca em conjunto com outras crianças, observa-se que cada uma fala para si, sem se interessar pelas respostas do outros, este egocentrismo vai diminuindo ao longo do tempo.


De 4 anos a 6 anos - Pré – Operatório


Nesta fase, as crianças começam a imitar as relações do cotidiano e aproveitam para expressar o que sentem. É a fase simbólica, do faz-de-conta. As bonecas viram filhas, a criança começa a pular corda, trabalhar com dobradura sofisticada, brincar com jogos eletrônicos, bolhas de sabão, pipa de jornal, figurinhas. Os caminhões ganham opções mais atrativas. Como nesta fase os pequenos adoram histórias, livros com figuras devem começar a ser utilizados e os fantoches são essenciais para estimular a imaginação. As histórias contadas ou representadas devem ser repetidas várias vezes para que a criança compreenda e se sinta segura. Nessa fase. as crianças já adquiriram o domínio da linguagem falada. Partem agora para duas conquistas fundamentais. Em primeiro lugar, a libertação do pensamento, que deixa de operar apenas sobre objetos concretos, que se encontram debaixo de suas vistas e ao alcance de suas mãos. Agora já dão conta de pensar e interrogar-se sobre as coisas sem que necessariamente essas estejam presentes, ou seja, em termos das suas imagens mentais. Seus desenhos já possuem formas definidas e por meio deles procuram retratar de memória aquilo que já conhecem: carros, aviões, animais, pessoas, bruxas, fadas… Em segundo lugar, uma vez dominada a fala, procuram agora decifrar a escrita e a leitura, imitando os gestos e os traços dos adultos, em simulações daquilo que observam. Querem contar, quantificar. Perguntam sobre o significado dos números e sons das letras. Observam e esquadrinham o próprio nome, o nome dos colegas, identificando semelhanças e diferenças. Bem incentivadas, as crianças, nessa fase, podem descobrir o código da leitura e surpreender os adultos, quando demonstram que já sabem ler.Nas conversas, tomam a palavra e querem argumentar em favor das suas opiniões. No entanto, ainda centradas em si mesmas, carecem de flexibilidade, o que faz com que os diálogos mais se pareçam com monólogos coletivos. Essa dureza de pensamento faz com que as crianças, muitas vezes, não consigam entender os argumentos adultos e nem se fazer entendidas. Presas ao que conseguem perceber de uma questão, elas sofrem quando são obrigadas a ceder, muitas vezes demovidas de suas posições pelo respeito ao adulto que as repreende. Do ponto de vista social, organizam-se em subgrupos, muitas vezes liderados por um “chefe”, ao qual os demais devem se submeter.


Acima de 6 anos - Estágio das operações concretas


Fase da alfabetização e momento de introdução às atividades intelectuais como quebra-cabeças, dominó, cartas e legos mais elaborados. Laboratório de química, marcenarias, jogos de memória e jogos de informática ajudam no raciocínio lógico. Também são indicados os skates, bicicletas, pipas, objetos voadores, ping-pong e bumerang, que ajudam na coordenação motora. Jogos de regras são excelentes nesta fase para relacionamento social: normas, espera da vez, perder e ganhar e ritual de colocar as peças no tabuleiro. As crianças também podem inventar e respeitar as regras criadas, o que ajuda na resolução de conflitos. Tendo alcançado um momento de desenvolvimento em que seu pensamento perdeu a dureza anterior, tornando-se mais plástico e intercambiável, essa é a fase da alfabetização propriamente dita, da entrada da criança no mundo da escrita e da leitura, quando suas investigações, antes informais, passam a ser mais sistematizadas pela escola. Nesse momento, o maior desejo das crianças é saber ler e saber escrever.As crianças dessa fase ampliam também sua vontade de saber sobre as coisas, animais e pessoas. Continuam curiosas em aprender, por exemplo, sobre os nomes, características, locais onde vivem os animais, sobre as estrelas e planetas, sobre os meios de transporte, sobre a pré-história. Mas se interessam também por aquilo que vêm na televisão, sobre os enredos das novelas, sobre as notícias. Expostas a esse veículo tão poderoso, elas tentam se apropriar daquilo que ouvem e vêm, com as ferramentas intelectuais e cognitivas que possuem. Embora já tenham adquirido um pensamento reversível – o que significa ser capaz de realizar mental e simultaneamente duas ações opostas – as crianças dessa fase muitas vezes carecem da intermediação de adultos que as ajudem a compreender os fatos, uma vez que seu pensamento ainda não adquiriu a capacidade de articular e relativizar informações, assim como ainda não aprendeu a colocar-se no lugar do outro e ver as questões do ponto de vista desse outro. Embora tenham crescido, é preciso lembrar que os sujeitos dessa fase continuam sendo crianças e assim sendo, precisam brincar. O brincar, agora, pode ser mais direcionado às questões pedagógicas, pois brincando a criança tem a oportunidade para perceber distâncias, noções de velocidade, duração, tempo, força, altura e fazer estimativas envolvendo todas essas grandezas. Por isso, a opção do uso de jogos para a construção de conceitos, principalmente matemáticos. Além desses aspectos, o jogo contribui sobremaneira para a descentração do eu – enxergar o outro e o espaço em que está inserido. Canalizando o desejo de saber e a curiosidade das crianças, a boa escola incentiva que elas avancem em suas descobertas. Nessa fase, é importante que as crianças percebam que as leituras são muitas e variam conforme o tipo de texto e também de pessoa para pessoa. É importante solicitar que elas falem sobre seu entendimento dos textos lidos ou das notícias da televisão, de tal forma que uma multiplicidade de compreensões e interpretações surja na sala de aula, permitindo que percebam que não há uma única e “verdadeira” resposta para as questões colocadas.

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