domingo, 28 de março de 2010

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS




Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte americano Howard Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais humanas eram parciais e insuficientes.

Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os testes de QI, criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu país. O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico-matemático, mas durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas. "Como o aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes", diz Celso Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant’ Anna, em São Paulo. "Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e, dessa forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência lógico matemática."

Muitas escolas, inclusive no Brasil, se esforçam para mudar seus procedimentos em função das descobertas de Howard Gardner. A maneira mais difundida de aplicar a teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular todas as habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo. As melhores estratégias partem da resolução de problemas. Segundo Gardner, não é possível compensar totalmente a desvantagem genética com um ambiente estimulador da habilidade correspondente, mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma resposta positiva do aluno – desde que elas despertem o prazer do aprendizado. O psicólogo norte americano atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e transmitir valores. "A missão da educação deve continuar a ser uma confrontação com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas", escreveu. Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner favorece uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da multiplicidade e da diversidade na sala de aula.

A aplicação prática da teoria das inteligências múltiplas na Educação Infantil, acontece por meio da observação atenta dos professores, a criação de oportunidades para os alunos desenvolverem suas habilidades apresentando os conteúdos escolares de diferentes formas e o estímulo as habilidades de cada criança, fazendo da aprendizagem um prazer, uma alegria, uma brincadeira que flui naturalmente no cotidiano da turma.

O relatório do que acontece em sala de aula, pode ser bimestral e descritivo. Cada criança apresenta inicialmente de duas a três habilidades mais marcantes, que podem ser relatadas pelos professores aos pais. Para redigi-las, o professor vai escolher em quais características aquele aluno é melhor descrito. Segue tópicos que podem ajudar na descrição de maneira geral.



INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS – DESCREVENDO OS ALUNOS



ESPACIAL

Demonstra interesse por atividades artísticas e apresentações visuais. Realiza com destreza atividades de pintura, colagens, modelagens, é criativo e inventivo. Define cores, combina texturas, diferencia formas geométricas.

CINESTÉSICA-CORPORAL

Apresenta interesse por atividades que envolvam o uso do corpo, tem boa consciência física. É muito participativo em jogos, atividades com recursos manipuláveis e nas aulas de Lego. Tem desenvolvido excelente noção espacial, posicionamento e lateralidade.

LÓGICO-MATEMÁTICA

Demonstra interesse e boa participação nas atividades com desafios, problemas, enigmas, atividades cientificas de experimentação, desafios numéricos, pensamentos críticos. Analisa, compara e diferencia proporções, quantidades, grandezas e elementos lógicos. Identifica, reconhece e quantifica os numerais.

NATURALISTA

Tem especial interesse por atividades ao ar livre, experiências de classificação animais e vegetais, gosta de histórias sobre os bichos e as plantas. Observa, analisa e protege a natureza do espaço escolar.

SONORA

Demonstra aprendizagem rítmica, mantém a atenção e o interesse nos temas que são musicados e poéticos, rimados. Tem boa capacidade de memorização, criação e vinculação de conceitos a música.

LINGÜISTICA

Gosta de falar, expressar suas idéias e opiniões, faz explanações. É atento aos murais, jogos de palavras e atividades que exploram a narração, leitura ou redação. Tem desenvolvido habilidades operatórias como sintetizar, analisar, relatar, descrever e boa participação nos desafios sobre interpretação de textos, poemas e histórias para expressar diferentes conteúdos. Identifica as letras associando-as aos seus sons, o nome próprio e os nomes dos amigos.

INTRAPESSOAL

Demonstra alegria por atividades individuais, de expressão única e não partilhada. Manifesta a apreensão de conhecimentos, de maneira original e exclusiva, expondo-se somente se requerido. É organizado e sente-se á vontade quando as atividades são rotineiras ou pré estabelecidas. Gosta de ouvir histórias e manusear livros.

INTERPESSOAL

Tem excelente participação em jogos, atividades sociais e ações coletivas. É cooperativo, solidário amigável. Interage com todos no parque.





Bibliografia:

As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, Celso Antunes, 144 págs., Ed. Papirus, tel. (19) 3272-4500

Inteligência – Um Conceito Reformulado, Howard Gardner, 348 págs., Ed. Objetiva, tel. (21) 2199-7842


segunda-feira, 1 de março de 2010

Participação e amizade na família



Um objetivo muito importante dentro do âmbito da educação familiar é o cultivo da amizade. Trata-se de levar os filhos a saber o que vem a ser a amizade e a distinguir os amigos autênticos dos falsos. Mas, além de idéias claras e de critérios corretos sobre este tema, os filhos devem ser também capazes de fazer amizade e de ser bons amigos.



O cultivo da amizade está intimamente relacionado com dois objetivos ainda mais amplos: aprender a querer bem às outras pessoas e aprender a conviver. São duas capacidades que se desenvolvem de modo natural na família, na medida em que esta última é lugar de amor e escola das virtudes da convivência.



A influência do ambiente familiar costuma ser decisiva para o desenvolvimento, primeiro do comportamento social e depois dos hábitos de amizade. É verdade que o ambiente extrafamiliar - os colegas de estudo, da rua, etc. - pesa cada vez mais, mas os pais e os irmãos continuam a ser os principais agentes de socialização da criança, principalmente nos primeiros anos de idade.



Deve-se frisar, por isso, o impacto que as primeiras experiências sociais vividas no lar têm para os filhos. Se essas experiências forem gratas, eles tenderão a repeti-las, desenvolvendo assim atitudes de abertura para com os outros e hábitos de convivência. Se, pelo contrário, forem desagradáveis, procurarão evitá-las.



As experiências sociais positivas ajudam fortemente os filhos a ser ativos, extrovertidos, independentes e curiosos; as experiências sociais negativas levam-nos a ser passivos, dependentes, introvertidos e reservados. As crianças do primeiro caso estarão em condições de influenciar os outros - terão liderança - e de ser criativas; as crianças do segundo serão, provavelmente, mais influenciáveis e conformistas.



De que depende que as experiências sociais vividas no lar fomentem ou não a atitude dos filhos para a convivência?



Um dos fatores é o caráter global do lar. Quando o ambiente da casa se caracteriza pela tensão e pelo atrito habituais, é muito provável que isso gere atitudes sociais negativas nos filhos. Pelo contrário, quando se respira um clima de compreensão entre os membros da família, os filhos desenvolverão atitudes positivas.



Outro fator é o das condutas que os filhos observam em casa. Os pais e os irmãos mais velhos são modelos de conduta que os filhos pequenos observam e imitam continuamente. É bom, por exemplo, que possam observar comportamentos que denotam preocupação pelos outros, compreensão, ajuda, flexibilidade... Os filhos percebem igualmente se o pai e a mãe se relacionam entre si com a benevolência e o altruísmo próprios do amor e da amizade, se têm ou não amigos, se sabem encontrar tempo para a amizade, se são generosos, sinceros, respeitosos e leais com seus amigos.



Um terceiro fator é o valor que os pais dão ao fato de os filhos serem sociáveis e terem amigos. Muitos pais encaram o tema da amizade como algo secundário. Ignoram assim que, como disse Aristóteles, os amigos são o que há de mais importante na vida. Ignoram que as relações de amizade ajudam as pessoas a conhecer-se, corrigir-se e superar-se em todos os aspectos.



Se os pais, por exemplo, não permitem que os seus filhos tragam para casa companheiros de diversão e amigos, estarão aplicando uma nota negativa à conduta social dos filhos. Para que as crianças pequenas se desenvolvam como pessoas sociáveis, é preciso animá-las a sê-lo e premiar os esforços que façam. Mas isso apenas não basta, apesar de já ser algo bom: é preciso ensiná-las também a comportar-se de um modo socialmente aceitável. Uma forma de estimular os filhos à abertura para os outros é convencê-los com fatos de que vale a pena. É bom que vejam, por exemplo, que os seus irmãos e companheiros de estudo se comportam melhor com eles quando são tratados com generosidade e pior quando são tratados de maneira agressiva.



Um quarto fator para ajudar os filhos a desenvolver atitudes de convivência e amizade é a participação na vida da família. Existem lares participativos e lares não-participativos. Nos primeiros, há muita comunicação pessoal entre pais e filhos e entre irmãos. Os pais explicam o motivo por que existem certas regras na família, os filhos são consultados antes que se adotem algumas decisões que os afetam diretamente, pais e filhos colaboram nas tarefas domésticas... Nesses lares, existe um clima de confiança e diálogo espontâneo e sincero, como é próprio da vida de família. As decisões dos pais não são caprichosas ou arbitrárias.



No lar participativo, os filhos são premiados pelo espírito de iniciativa, expressão espontânea, participação nas conversas e na tomada de decisões familiares. Como conseqüência, são criativos, originais, desenvoltos e abertos. No lar não-participativo ou excessivamente controlado, os métodos de educação são autoritários. Existem restrições taxativas da conduta sem nenhuma explicação e sem referência a critérios objetivos e estáveis. Os filhos não têm oportunidade de exprimir a sua opinião ou o seu ponto de vista. É próprio do lar não-participativo castigar os filhos que manifestam curiosidade e espontaneidade ou que tentam fazer valer as suas opiniões. E, por outro lado, premia-se a conduta submissa, dependente e impessoal.



Os pais que estão seriamente preocupados em desenvolver nos filhos hábitos de convivência e atitudes de amizade devem perguntar-se até que ponto o ambiente familiar caminha nessa direção. Proponho seis pontos para este auto-exame:



1. Há distância ou há relações amistosas entre os membros da família?

2. Controle autoritário ou clima de participação?

3. Individualismo ou cooperação no trabalho e no lazer ?

4. Somente punição ou também gratificação das condutas sociais dos filhos?

5. Casa fechada ou casa aberta aos amigos dos filhos?

6. Pais sem amigos ou pais com amigos?



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os Três Porquinhos- na versão do Papai Engenheiro Civil...


O filho quer dormir e pede ao pai (engenheiro) para contar uma história e ele conta a dos três Porquinhos.

Meu Filho, era uma vez três porquinhos (P1, P2 e P3) e um Lobo Mau, por definição, LM, que vivia os atormentando.

P1 era sabido e fazia Engenharia Elétrica e já era formado em Engenharia Civil.

P2 era arquiteto e vivia em fúteis devaneios estéticos absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos.

P3 fazia Comunicação e Expressão Visual na ECA.

LM, na Escala Oficial da ABNT, para medição da Maldade (EOMM) era Mau nível 8,75 (arredondando a partir da 3ª casa decimal para cima). LM também era um mega investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn (onde "n" é um número natural e varia entre 1 e 3), visto que o terreno era de boa conformidade geológica e configuração topográfica, localizado próximo a Granja Viana.

Mas nesse promissor perímetro P1 construiu uma casa de tijolos, sensata e logicamente planejada, toda protegida e com mecanismos automáticos.

Já P2 montou uma casa de blocos articulados feitos de mogno que mais parecia um castelo lego tresloucado. Enquanto P3 planejou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e isopor como fundamentos, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo "o máximo".

Um dia, LM foi ate a propriedade dos suínos e disse, encontrando P3:-

- "Uahahhahaha, corra, P3, porque vou gritar, e vou gritar e chamar o Conselho de Engenharia Civil para denunciar sua casa de palha projetada por um formando em Comunicação e Expressão Visual! "

Ao que P3 correu para sua amada cabana, mas quando chegou lá os fiscais do Conselho já haviam posto tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2.

Mas quando chegou lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando:

- "Abra essa porta, P2, ou vou gritar, gritar e gritar e chamar o Greenpeace, para denunciar que você usou madeira nobre de áreas não-reflorestadas e areia de praia para misturar no cimento."

Antes que P2 alcançasse a porta, esta foi posta a baixo por uma multidão ensandecida de ecos-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pixando e entoando palavras de ordem.

Ao que segue P3 e P2 correm para a casa de P1. Quando chegaram na casa de P1, este os recebe, e os dois caem ofegantes na sala de entrada.

P1: - O que houve?

P2: - LM, lobo mau por definição, nível 8.75, destruiu nossas casas e desapropriou os terrenos.

P3: - Não temos para onde ir. E agora, que eu farei? Sou apenas um formando em Comunicação e Expressão Visual!

Ouviu-se.. Tum-tum-tum-tum-tuuummm!!!! (isto é somente uma simulação de batidas à porta, meu filho! o som correto não é esse.)

LM: - P1, abra essa porta e assine este contrato de transferência de posse de imóvel, ou eu vou gritar e gritar e chamar os fiscais do Conselho de Engenharia em cima de você!!!, e se for preciso até aquele tal de Confea.

Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco arquiteto e do...do... comunicador e expressivo visual), LM chamou os fiscais, e estes fizeram testes de robustez do projeto, inspeções sanitárias, projeções geomorfológicas, exames de agentes físico-estressores, cálculos com muitas integrais, matrizes, e geometria analítica avançada, e...  nada acharam de errado.

Então LM gritou e gritou pela segunda vez, e veio o Greenpeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era ecologicamente correta.

Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém super-comum nos contos de fada): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu ate a chaminé e resolveu entrar por esta, para invadir.

Mas quando ele pulou para dentro da chaminé, um dispositivo mecatrônico instalado por P1 captou sua presença por um sensor térmico e ativou uma catapulta que impulsionou com uma força de 33.300 N (Newtons) LM para cima.

Este subiu aos céus, numa trajetória parabólica estreita, alcançando o ápice, onde sua velocidade chegou a zero, a 200 metros do chão.

Agora, meu filho, antes que você pegue num repousar gostoso e o Papai te cubra com este edredom macio e quente, admitindo que a gravidade vale 9,8m/s² e que um lobo adulto médio pese 60kg, calcule:

a) o deslocamento no eixo "x", tomando como referencial a chaminé.

b) a velocidade de queda de LM quando este tocou o chão.

c) o susto que o Lobo Mau tomou, num gráfico lógico que varia do 0 (repouso) ao 9 (ataque histérico).




Autor Desconhecido





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

40 dicas para as crianças aprenderem a comer melhor (sem aviãozinho) e a terem bons hábitos alimentares...

Hora do almoço e começa a missão impossível: pela milésima vez, pais, mães, babás ou professores tentam fazer com que as crianças comam uma refeição equilibrada, com verduras, legumes, grãos, proteínas etc, ou simplesmente comam qualquer coisa.



A queixa de que o filho não come bem é uma das mais comuns e antigas nos consultórios pediátricos. A preocupação é legítima, mas há suspeitas de que, se os pais se preocupassem menos e relaxassem mais, boa parte do problema estaria resolvida. "Se a felicidade da família depende do que o filho de quatro anos come, ele está frito", avisa o pediatra Fabio Ancona Lopes, presidente do departamento de nutrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Explica-se: os sensores que regulam a fome e a saciedade estão em uma esfera do sistema nervoso central ligada às sensações primitivas dos indivíduos; estímulos intelectuais e afetivos acionam outras esferas. Se, na hora de comer, essas esferas entrarem em conflito - por exemplo, se a sensação de fome ou de saciedade não corresponder à percepção emocional de que a mãe "está feliz" com o que a criança comeu-, o circo estará armado.

E haja circo. Do aviãozinho à chantagem, da verdura escondida às promessas, pais e mães acabam achando que qualquer tentativa é válida. O problema é que essas estratégias não costumam funcionar sistematicamente. Por isso, mesmo quando os pais conseguem fazer com que a criança engula o alimento desejado, não se obtém o mais importante: criar o hábito da boa alimentação.

"Em uma casa onde todos têm bons hábitos, mesmo a criança que "não come" tem uma grande chance de estar se alimentando bem. E um dia a ficha cai. Ela vai saber e conseguir comer de uma forma saudável", acredita a nutricionista Maria Luiza Ctenas.

Duro é esperar até a ficha cair. Mas os pediatras garantem que, se os parâmetros de crescimento estão normais, não há porque se preocupar com a criança que, aparentemente, come pouco. E esses parâmetros são mais bem observados nos consultórios, por meio da curva de crescimento anotada pelo pediatra a cada consulta. Isso é importante, explica Lopes, porque a partir do segundo ano de vida até o início da puberdade a velocidade de crescimento é, naturalmente, bem menor do que a do lactente e a do adolescente.

Isso tudo não quer dizer que basta relaxar e deixar o filho comer quanto, o que e como quiser. Baixar a ansiedade é apenas o primeiro passo para fazer a questão de a comida passar de problema, a prazer. Esse é o segredo. Descobrir novas formas de apresentar os alimentos, prepará-los junto das crianças, além de adotar e transmitir bons hábitos à mesa podem exigir paciência. Mas esse processo não deve ser penoso. É o que mostram as 40 dicas dos especialistas ouvidos por Equilíbrio.

1 - Misturar alimentos não é bater tudo junto em uma pasta sem cor nem gosto definido. É importante deixar a criança entrar em contato com sabores variados e aprender a diferenciá-los. Mesmo em uma sopa feita com vários legumes, escolha a cada vez um que será predominante, na cor e no sabor: cenoura, beterraba, mandioquinha etc.



2 - Nas sopas de legumes, o melhor é amassar os ingredientes com o garfo, sem passar pelo liqüidificador ou pela peneira, para conservar as fibras dos alimentos.



3 - Acrescente legumes cortados bem fino no omelete ou no recheio de panquecas. Eles também podem entrar em croquetes, almôndegas e hambúrgueres feitos em casa.



4 - Incremente a massa da panqueca com espinafre (bata no liquidificador 4 ovos, 500 ml de leite, 1 colher (sopa) de manteiga derretida e 1/3 de maço de espinafre cozido, espremido e picado. Junte 200 g de farinha de trigo, bata até ficar homogêneo e frite em frigideira antiaderente).



5 - Yakissoba, macarrão japonês feito com legumes e carnes, é um ótimo exemplo de mistura saudável e completa que a maioria das crianças gosta de comer. Você pode comprar pronto ou fazer uma versão em casa (use os legumes que tiver à mão, massa longa e shoyu --não use sal).



6 - Inclua nas refeições comidas que a criança pode pegar com as mãos: cenoura baby, tomate-cereja, espiga de milho, hortaliças cortadas em palito (erva-doce, pepino).

Artes visuais



7 - Coloque os alimentos que compõem a refeição separadamente no prato ou em cumbucas individuais. Eles devem ter cores e texturas diferentes. Deixe a criança se servir sozinha e provar cada uma das diferentes porções.



8 - Não cozinhe demais os legumes. Quando estão crocantes, além de serem mais interessantes visualmente, porque mantêm a forma e as cores ficam mais vivas, eles são também muito mais saborosos.



9 - Para deixar a salada mais atraente, espalhe sobre as folhas croutons, batata-palha, ovo cozido picado, kani desfiado ou pedaços de frutas amarelas e vermelhas (para contrastar com o verde), como manga ou morango.



10 - Faça desenhos em cima do purê de batata. Nada complicado: pode ser um círculo ou uma espiral com ervilhas frescas ou congeladas. Não use as enlatadas --a questão não é apenas nutricional, é estética, porque as ervilhas de lata são moles demais e sua cor não é tão bonita.



11 - Outra idéia é espetar flores de brócolis japonês, cozidas al dente, sobre o purê. Fica mais gostoso quando é a própria criança quem faz a decoração de seu prato.



12 - Cremes ou pastas de vegetais servidos sobre torradas, frutas e legumes no espetinho também são maneiras simples de valorizar o visual da comida.



13 - Espante o tédio da mesa variando o preparo de cada alimento: um dia sirva cru, outro em forma de bolinhos, ou refogado, cortado em rodelas, ralado etc.



14 - Brincar com a apresentação do prato não significa esconder algum tipo de alimento. Chuchu é chuchu, tomate é tomate, mesmo que eles sejam, por exemplo, apresentados em forma de flor.

Sem neuras



15 - Comer é um processo instintivo. O organismo regula a quantidade de energia que precisa por dia; se a criança não comer nada no almoço, por exemplo, ela acabará compensando nas outras refeições. Portanto, respire fundo e espere até seu filho ter fome.



16 - Nenhum alimento é insubstituível. Seu filho não come cenoura? Ofereça abóbora, mamão ou outros vegetais amarelos e alaranjados, e as fontes de vitamina A estão garantidas. E ele nem precisa comer desses alimentos todo dia, porque o organismo estoca a vitamina A.



17 - A mesma idéia vale para qualquer grupo de nutrientes ou micronutrientes (vitaminas e sais minerais). O ideal é equilibrar todos os grupos em uma refeição, mas não se preocupe se seu filho passar mais de um dia sem comer algum tipo de nutriente. Espere por até uma semana e é provável que ele busque naturalmente alimentos que reponham sua necessidade.

18 - A partir dos 4 ou 5 anos, é normal a criança não querer tomar leite. Geneticamente, algumas populações (como as de origem mediterrânea e africana) têm mais dificuldade de digerir o leite (por causa da lactose), mas isso não ocorre com iogurte, queijos etc. E estes últimos podem fornecer todo a cálcio e a vitamina D que a criança precisa.



19 - Comida não é remédio. Qualquer pessoa pode passar a vida inteira sem tocar um bife de fígado. As necessidades normais de ferro são supridas se a criança comer proteína animal e frutas regularmente --as frutas fornecem vitaminas que ajudam na absorção de ferro.

Sem chance



20 - Não sirva no jantar o mesmo cardápio do almoço. Se for reaproveitar os pratos, reinvente as combinações.



21 - Não "ajude" a criança a finalizar o prato. Cada um come aquilo que está no seu próprio prato, a quantidade que achar necessária.



22 - "Raspar" o prato não é uma coisa linda, obrigatória, nem necessariamente desejável. Não obrigue seu filho a isso.



23 - Não faça ameaças de nenhum tipo, como dizer para seu filho que, se ele não comer, ficará doente e terá de ir ao médico. Aliás, quando a criança está doente mesmo, não a obrigue a comer. Mantenha a tranqüilidade e espere até ela sentir fome (isso é um sinal de que ela está se recuperando).



24 - Premiar quem come tudo também não é uma boa prática. É comum os adultos sugerirem que a criança deve comer os legumes, por exemplo, para poder ter a sobremesa. Nenhuma parte da refeição é um prêmio, cada uma tem a sua função, porção e lugar.



25 - O lanche também tem sua função, mas na dose, hora e lugar certo. Não compense no lanche o pouco que seu filho comeu no almoço. O máximo que vai acontecer é ele ficar com mais fome até a hora do jantar e, na melhor hipótese, comerá bem.

Por exemplo



26 - Crianças de 5 ou 6 anos estão na fase de estímulos primários. Elas são atraídas por cores, formas, novidades. Nessa fase, os pais podem proporcionar novas experiências gastronômicas para seus filhos, apresentando os diferentes sabores dos alimentos.



27 - Na boca, somos capazes de sentir apenas quatro gostos: doce (na ponta da língua), salgado e ácido (nas laterais) e amargo (no fundo da boca). A criança que já mastiga pode e deve entrar em contato com todos esses tipos de gosto; dessa forma, poderá reconhecê-los e formar um repertório de sabores (que é a mistura das sensações gustativas com as olfativas). Quanto mais amplo for esse repertório, maior a chance de seu filho comer (quase) tudo.



28 - A tolerância para o gosto amargo é determinada geneticamente. Por isso, não tenha medo de oferecer à criança alimentos com um certo amargor, como rúcula, por exemplo. Se ela tiver predisposição, maravilha; se não, também está ótimo, não insista. O importante é ela conhecer o sabor, para descobrir se gosta ou não daquilo.



29 - O ambiente da refeição deve ser tranqüilo, sem TV, música e muito menos gritaria. Deixe as conversas sérias e broncas para depois. Todas as refeições (lanches inclusive) devem ser feitas à mesa.



30 - Sempre que possível, faça pelo menos uma das refeições principais com seus filhos. Se o horário de trabalho for muito complicado, tente estabelecer um dia da semana para isso, como rotina.



31 - Comida de crianças a partir de dois anos é a mesma dos adultos --elas seguem os hábitos alimentares da casa. Isso significa que, se os pais não comem frutas ou verduras, os filhos seguirão o exemplo e forçá-los a comer salada pode ser um trabalho inútil. Nesses casos, é preciso rever os hábitos de toda a família.



32 - Leve as crianças para a cozinha. Quando elas mesmas preparam os alimentos, certamente vão querer provar o que fizeram. É uma experiência lúdica, prazerosa, como deve ser a relação com a comida.

33 - Ir à feira com as crianças é um jeito divertido de apresentá-las ao mundo das frutas e verduras. E os feirantes têm técnicas infalíveis para fazer o filho do freguês provar as frutas que querem vender.



34 - Fazer o supermercado com a família toda é um pouco mais complicado, mas vale a pena. É uma boa ocasião para fazer acordos - para levar sorvete, é preciso levar cenoura.



35 - Sirva porções pequenas -até para dar oportunidade de a criança pedir mais, se quiser, porque gostou ou porque ainda está com fome.



36 - Se o seu filho diz que não gosta de um alimento que não conhece, proponha que ele prove um pedaço (tem de ser pequeno mesmo) e, se não gostar, não precisa comer. Dê um tempo e ofereça pelo menos por mais cinco vezes, em ocasiões e formas de preparo diferentes.



37 - Ofereça as comidas que as crianças gostam preparadas de forma mais saudável. Por exemplo, troque a batata frita por batata cortada em cubinhos, regada com um pouco de azeite e sal e assada no forno por cerca de 40 minutos.



38 - No lugar do doce com açúcar refinado, ofereça banana-passa --o açúcar da fruta pode saciar a vontade irresistível de comer um doce.



39 - Em vez de macarrão na manteiga, experimente servir a massa regada com azeite (ou, pelo menos, metade manteiga, metade azeite).



40 - Use pão integral em forma de bisnaguinha (à venda em supermercados e algumas padarias) para fazer o lanche da escola. No recheio, coloque o tipo de queijo ou frio preferido pela criança e alface picada temperada com azeite.



Fontes: FABIO ANCONA LOPEZ, professor de nutrologia
do departamento de pediatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
e presidente do departamento de nutrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo;
MARIA LUIZA CTENAS, nutricionista e autora de "Crescendo com Saúde" (ed. C2);
BETTY KÖVESI MATHIAS, professora de culinária e proprietária da Escola Wilma Kövesi;
RENATA BRAUNE, chef do restaurante Chef Rouge;
BRANCA SISTER, autora de "Socorro, Meu filho Não quer Comer" (ed. Campus Elsevier)

Agradecimento: CAROLE CREMA, chef do restaurante Wraps - Light Food & Smoothies.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PROJETO BONECA OLIVIA- Afetividade & Responsabilidade


Objetivos:

Desenvolver a capacidade de expressar, comunicar, atribuir sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de relatos orais e gráficos.

Adotar atitude de respeito mútuo, solidariedade e responsabilidade.

Reconhecer-se como elemento integrante do grupo relacionando-se bem e desenvolvendo laços afetivos com a turma e com a família.




Descrição:

Durante a semana, a boneca Olívia participa das aulas, dos momentos de lanche e do parque. Em grupo, a turma elabora a história da Olívia, definindo a idade, as preferências, gostos... Na primeira página, a foto de Olívia; na segunda, a personagem está junto com a turma. Na seqüência, a certidão de nascimento da boneca, com todas as suas informações: data de nascimento, filiação e nome do hospital. Nessa fase, a professora aproveita para fazer um trabalho de identidade com as crianças, que trazem cópias de suas certidões e têm a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre sua história, reconhecendo seu papel e o lugar que ocupam na sociedade.



Toda sexta feira é designado um aluno, pela ordem de chamada, que fica com a “missão” de passar o final de semana com a Olívia e cuidar dela. Com o Livro da Vida da boneca, que é a história da personagem, a criança poderá registrar junto com sua família, as atividades de Olívia no final de semana.



Os pais ficam incumbidos de escrever, no Livro da Vida, como foi a estada da boneca, já que as crianças ainda não dominam a escrita. O interessante, porém, é que as elas passem oralmente essas experiências enquanto os pais fazem o registro por escrito, a fim de que se promova mais essa integração. Os relatos são variados: a boneca já foi a aniversários, supermercados, viagens... Ás vezes, os alunos colocam suas próprias roupas nela conforme a ocasião. Esse é um momento propício não só à integração de família e escola, de desenvolvimento relacional, mas também à formação do hábito da leitura e à preparação do aluno para a alfabetização.



Em sala de aula, na segunda-feira, a criança compartilha com os amigos suas experiências na primeira atividade do dia – a roda de novidades – e fortalecem os laços afetivos entre eles. Durante a realização do projeto, é possível à equipe docente conhecer o universo do aluno, saber como ele vive e quais são suas oportunidades e estímulos em casa.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

TIMIDEZ


A timidez é uma característica da personalidade. Em algumas pessoas, ela é mais acentuada; em outras, só aparece em momentos em que é necessário se expor. É considerada natural quando a criança é exposta a uma situação onde será avaliada, observada, quando precisa fazer algo pela primeira vez, e se sente insegura, também denominada “vergonha”. Este tipo de timidez, não atrapalha o desenvolvimento infantil e pode ser trabalhado pelos pais e professores.


Todos os graus de timidez podem ser vistos no comportamento de todas as pessoas, em algumas mais acentuados, em outras menos. Existem, assim, crianças sempre calmas, facilmente tratáveis, agindo de modo que não precisam ser constantemente corrigidas, qualificadas habitualmente de muito obedientes e que conservam, no entanto, uma possibilidade de contato com as outras crianças: brincam ou trabalham com prazer, conversam quando procuradas, respondem e correspondem nos relacionamentos.


Já a timidez em excesso é aquela que impede a criança de realizar alguma tarefa oral ou desenhos, atividades de criação e de se relacionar com outras crianças. A timidez é prejudicial quando passa a ser uma barreira, um empecilho para a realização de conquistas e resoluções de problemas, quando afeta a sociabilização. Neste caso, torna-se necessário procurar ajuda da escola e de profissionais que cuidam da educação e do comportamento humano.


O que não podemos, é ignorar fatos. O olhar clínico do professor precisa ser valorizado, levado em conta pela importância da convivência diária, fora do âmbito familiar. Considerar que a escola é uma importante “sociedade” infantil e cuidar para que o desenvolvimento das crianças neste lugar seja pleno, é responsabilidade de todos os adultos envolvidos.

Cabe a escola e a família a comunicação e ação em favor de que a timidez, excessiva ou não, seja vencida.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Método Fônico Avança na Alfabetização




Sem alarde, sistema que associa letras a sons ganha espaço no Brasil; em países desenvolvidos, houve embate contra construtivistas. No país, polêmica sobre escolha do método durou só dois meses, quando o MEC disse em 2006 que poderia priorizar um dos sistemas. Nos EUA, elas ficaram conhecidas como Reading Wars" (guerras de alfabetização).


Foi uma disputa encarniçada e com fortes tintas ideológicas, que chegou a ser comparada à polêmica em torno do aborto. De um lado, estavam os defensores dos métodos fônicos, que enfatizam a necessidade de ensinar a criança a associar grafemas (letras) a fonemas (sons). Do outro, perfilavam-se os construtivistas, para quem o aprendizado da leitura deve ser um ato tão "natural" quanto possível, a ser exercido com textos originais e não com obras artificiais como cartilhas.

No Brasil, a coisa lembra mais a não havida Batalha de Itararé: o que prometia ser o mais sangrento conflito pedagógico do país acabou não acontecendo, e a controvérsia agora caminha para decidir-se sem traumas maiores, com os métodos fônicos ganhando espaço pelas bordas do sistema.

"Os construtivistas não gostam muito, mas a questão [dos métodos] vem se resolvendo de forma pouco explícita", declarou à Folha o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Na mesma toada vai o professor de psicologia da USP Fernando Capovilla. "Sem muito alarde, as coisas estão mudando. E é bom que seja assim. A ciência demonstrou que o fônico é mais eficaz, especialmente para os mais pobres".

Nos países desenvolvidos, a polêmica remonta aos anos 50, atingiu seu ápice no final dos 90 e de algum modo se resolveu a partir dos 2000, depois que os governos dos EUA, da França e do Reino Unido, com base em vários estudos comparativos, recomendaram o ensino dos elementos fônicos no processo de alfabetização.

No Brasil, o "confronto final" foi evitado. Em fevereiro de 2006, Haddad propôs o debate, sugerindo a revisão dos PCNs (parâmetros curriculares nacionais) da educação básica. Os fonetistas viram aí a oportunidade de lançar o que seria o golpe de misericórdia contra o método global. Os construtivistas, por seu turno, valendo-se da privilegiada posição de linha pedagógica predominante na maioria das escolas públicas e privadas do país, prometiam resistir por todos os meios.

Silvia Colello, professora de pedagogia da USP, é uma das que se opõem aos métodos fônicos. Para ela, quando o professor adota esses programas "cartilhescos" e enfatiza o domínio do código escrito, ele "tira da língua o que ela tem de mais precioso". O aluno, diz, não se reconhece nesse artificialismo e se desinteressa.

Percebendo que o debate estava a gerar mais calor do que luz, dois meses depois, em abril, Haddad anunciou que o ministério desistira de recomendar um método oficial. "Levei tanta pancada, inclusive da Folha", disse o ministro. "Mas acho que serviu para preparar o terreno. Hoje há mais clima para discutir essas questões", acrescentou.

A relativa indefinição favoreceu posições mais conciliatórias, como a de Magda Soares, professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG. Para ela, o construtivismo teve o inegável mérito de colocar a criança como sujeito ativo no processo de aprendizagem, mas, no caso da alfabetização, acabou se tornando uma teoria sem método que substituiu o método sem teoria das cartilhas do século passado.

Soares, que prepara um livro sobre o assunto, diz que existe "produção riquíssima" lá fora demonstrando a necessidade de trabalhar com elementos fônicos. Para ela, o ponto-chave para o sucesso na alfabetização é a "formação dos formadores".


Experiência no molde defendido por Soares está em curso em Lagoa Santa (região metropolitana de Belo Horizonte). Ali a pedagoga Juliana Storino coordena um programa que, sem esquecer pressupostos construtivistas, como a adequação do currículo à realidade do aluno, busca desde cedo despertar a consciência fonológica dos alunos. "Apesar de já operarmos há três anos, ainda encontramos resistências por parte de professores."

''Trocadilhos'' deram origem a alfabeto. Como o arco e a flecha, a escrita é uma tecnologia que foi inventada mais de uma vez. Os dois primeiros sistemas de que se tem notícia, o hieroglífico egípcio, que parece ter surgido por volta de 3100 a.C., e o cuneiforme sumério, mais ou menos de 3300 a.C., mas cujos sinais precursores remontam a 8000 a.C., partiram de uma representação ideográfica do que se desejava representar. Isso significa que o hieróglifo egípcio correspondente a um touro significa mesmo "touro".


De forma já um pouco mais sofisticada, o desenho de uma orelha de vaca significa "ouvir". Num grau ainda maior de elaboração, os antigos egípcios passaram a valer-se também de trocadilhos, vá lá, infames. Feitas as adaptações para o português, o desenho de um rei, seguido do de uma casa e do de uma rainha significaria "o rei [se] casa com a rainha". Esse é o truque que, numa evolução posterior, resultará na escrita alfabética. As representações ideográficas cedem lugar a novas formas em que os sinais já não se referem às coisas, mas a sons da língua falada. Com isso, pode-se registrar virtualmente tudo, inclusive nomes próprios e ideias abstratas, que antes representavam um obstáculo difícil de contornar.


O alfabeto, mais ou menos como nós o conhecemos, em que as letras correspondem apenas a sons, surge no segundo milênio antes de Cristo. Ao que tudo indica, foram os fenícios, com o alfabeto proto-sinaítico, que radicalizam o que já se insinuava nas escritas suméria e egípcia e passam a fazer com que cada sinal corresponda a um som da língua, decompondo-a em elementos mínimos. A partir disso, surgem quase todos demais alfabetos.

O cérebro não se adaptou à escrita, o que dificulta a aprendizagem. Alfabetizar uma pessoa é difícil porque nossos cérebros ainda não tiveram tempo de adaptar-se à escrita, uma conquista relativamente recente. A comparação cabível é com a aquisição da linguagem. Para uma criança aprender um idioma, é só atirá-la numa comunidade onde se fale a língua em questão. Em pouco tempo ela estará proficiente e corrigindo seus pais, se eles não forem falantes nativos. Não há necessidade de instrução formal.


Essa foi uma das razões que levou o linguista Noam Chomsky a postular a hipótese, hoje bem aceita, de que nossos cérebros já vêm de fábrica com um órgão da linguagem. Com a escrita é bem diferente. As mais recentes evidências colhidas pela psicolinguística mostram que a alfabetização não vem "naturalmente". Isso contraria pressupostos dos métodos construtivista, nos quais se apresentam ao aluno palavras inteiras esperando que ele decomponha o código e deduza os elementos que o constituem.

O Brasil ainda tem alto número de analfabetos. Embora o Brasil registre melhora nos índices, os patamares estão longe dos de países ricos. E o problema não é apenas o estoque de pessoas mais velhas que não aprenderam a ler -12,4% entre os com mais de 25 anos. Entre crianças com nove anos e que estão na escola, o índice de analfabetismo absoluto é de 7%. O analfabetismo é exclusivo de famílias com renda de até 2 salários mínimos per capita e ocorre muito mais no Nordeste (15%) que no Sul (2%).

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PLANO DE AULA PARA PRE ESCOLA- As 2 Casas



Matéria: Linguagem e Matemática

Tema: AS DUAS CASAS

Certo dia, Jesus contou uma história sobre duas casas bem bonitinhas, muito parecidas, construídas na beira do mar. De longe ninguém percebia nem de perto era fácil perceber a diferença entre as casas. A diferença entre essas duas casas é que uma foi construída sobre uma rocha, uma pedra firme, bem segura... A outra foi feita na areia bem macia e fofa. Duas casinhas tão bonitas, na beira do mar... Um dia, veio uma chuva muito forte; um temporal... Com muitos raios, trovões. Caiu muita água... Mas logo, o vento começou a acalmar, a chuva foi diminuindo, e o céu foi clareando novamente. Mas, e as casas? Vejam só! Uma caiu, e a outra ficou firme. Qual será que foi levada para o mar? A casa construída na pedra não caiu. Mas a que estava na areia... no primeiro ventinho, se partiu! Que assim acontece com a gente também. Quem escuta a boa notícia que é o Reino de Deus, mas não muda sua vida, não faz a vida mudar, quem gosta de fazer coisas erradas, é como aquele que constrói a casa na areia, uma casa que cai fácil; é uma pessoa sem juízo... Mas quem constrói a vida em uma rocha firme, gosta de fazer o que é certo, trata bem as pessoas, é sabido, está construindo uma casa sobre a rocha, que vai agüentar firme a vida toda!!

OBJETIVOS:1- Classificar as formas geométricas CÍRCULO, QUADRADO, TRIÂNGULO,
2- Diferenciar as cores VERMELHO, AZUL, AMARELO, VERDE, LARANJA, ROXO, MARROM, ROSA.
3- Analisar, comparar e argumentar sobre conceito IGUAL e DIFERENTE, DENTRO e FORA.

HABILIDADES: Reconhecer que somos diferentes e igualmente importantes, tal qual as cores e as formas. Compreender que fazer o que é certo, torna nossa vida boa! COMPETÊNCIAS:
Diferenciar as formas geométricas e cores, classificar figuras iguais e diferentes, posicionar dentro e fora.


METODOLOGIA:Desenhar círculos grandes e pequenos no chão com giz de lousa. Primeiro, pintar de uma cor, para fazer de um lado da classe (ou do espaço) a casa na areia. Do outro lado, faça outros círculos (um círculo para cada criança) de cor diferente para representarem a casa na rocha. Tratam-se das casas onde os pequenos irão entrar quando ouvirem o sinal de um estrondo, soado pelo CD. O objetivo é escapar dos ventos e da chuva, que querem derrubar as suas casas O aluno que for pego fora do círculo, deve sair. O jogo termina quando sobrar 1 aluno em 1 círculo. Nessa brincadeira, a criançada desenvolve habilidades como correr, frear e ocupar um espaço.

AÇÃO DIDÁTICA:


Primeiro Momento
Tempo: 10 minutos
- Contar a história “As Duas Casas” chamando a participação dos alunos, cantar a música “Formas Geométricas” (Mackenzie),



Segundo Momento
Tempo: 05 minutos
- Flash Cards Objetos/Collors,

- Brincadeira Dentro/Fora das “casas”,


Terceiro Momento
Tempo: 10 minutos
- Colagem coletiva- Montar cena com paisagem e casa com formas geométricas.



AVALIAÇÃO:Analisar capacidade de diferenciação das formas geométricas e cores.
Ensinar às crianças que não há problema em ficar fora do círculo. Estar fora dele faz parte da brincadeira, ou seja, todos são importantes: quem está fora e quem está dentro.

BIBLIOGRAFIA:
- História “As Duas Casas”,
- Orientação Para Professores do Sistema Mackenzie de Ensino,
- CD de Músicas para Maternal do Sistema Mackenzie de Ensino.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Como Montar um Plano de Aula Bacana!


Anexo um modelo de Plano de Aula que me foi pedido, para a turminha menor do Maternal. É só adaptar a sua turma, ao seu conteúdo e variar a história!



PLANO DE AULA


Os OBJETIVOS abrangem seis grandes áreas do conhecer:


Conhecimento – Conhecer, apontar, criar, identificar, descrever, classificar, definir, reconhecer e relatar no final, pois, se trata de RE.

Compreensão – Compreender, concluir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, deduzir, localizar, reafirmar no final por causa do RE.

Aplicação – Aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, praticar, selecionar, traçar. Não tem RE.

Análise – Analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, investigar, provar. Não tem RE.

Síntese – Sintetizar, compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, propor, reunir, voltar. Não tem RE.

Avaliação – Avaliar, argumentar, contratar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir, selecionar. Não tem RE.

COMPETÊNCIAS – Tem que ter verbos da COMPREENSÃO e da APLICAÇÃO. (+ ou – 3)

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO OU EIXO TEMÁTICO – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO quando for sobre a apostila/livro na sua totalidade e EIXO TEMÁTICO quando for apenas de uma parte/capítulo.

METODOLOGIA – Aula expositiva dialógica (Vice-Versa), exposição via televisão ou via televisão/DVD de filme, documentário, clipe e etc. Exposição de transparências via retro projetor, elaboração de fichamentos, resumos de textos pré-selecionados, mapeamentos, resolução de exercícios, aplicação de mini aulas, utilização de recursos instrucionais (giz, quadro, apostila, TV, dvd).

AÇÃO DIDÁTICA – Separada por momentos, descreve de maneiro breve o que se vai trabalhar na sala de aula, só pode ter verbos terminados em MENTO e AÇÃO. (+ ou – 3) Exemplo:

Primeiro Momento

Segundo Momento

Terceiro Momento

HABILIDADES – O que o aluno deverá desenvolver/adquirir durante as aulas, usando os verbos no substantivo, terminado em MENTO ou AÇÃO.

AVALIAÇÃO – Forma com que o aluno será avaliado pelo professor. Pode usar verbos sem o R, como por exemplo: CANTAR – CANTA. (+ ou – 3)

BIBLIOGRAFIA - Apostila ou livro onde se teve o embasamento para a aula.



Idéia de Plano de Aula - Pré Escola (Maternal)



Matéria: Linguagem e Matemática

Tema: OS TRÊS PORQUINHOS


Era uma vez, três porquinhos que partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar.Cada porquinho queria usar um material diferente. O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo: - Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas. O porquinho mais sábio advertiu: - Uma casa de palha não é nada segura. O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite: - Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar. - Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho- Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger? - Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio- E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa? - Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar; respondeu o mais velho. O Porquinho da casa de palha, recolheu a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa. O porquinho mais velho continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda! Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos. Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo. O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo: - Vá embora! – gritou o proquinho tremendo de medo. - Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu ou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar. O lobo soprou tres vezes e da palha da casinha nada restou, tudo voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão. O lobo correu atrás. Chegando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha. - Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo. Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta. Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo: - Porquinhos, deixem eu entrar só um pouquinho! - De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz.- disseram os porquinhos. - Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte tres vezes e a casinha de madeira que não agüentou e caiu. Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. Chegando lá pediram ajuda: - Entrem, deixem esse lobo comigo! - disse confiante o porquinho mais velho. Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los: - Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho! - Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho. - Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu. Soprou novamente mais forte e nada. Soprou a terceira vez o mais forte que podia e... nada! De repente, os tres proquinhos ouviram um barulho no teto. O lobo estava subindo no telhado. Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes. O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinhos entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo. - AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras. Os três porquinhos decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar. E foram muitos gratos ao porquinho mais velho por ajudá-los. Amigos de verdade se ajudam! Todos viveram felizes para sempre!

OBJETIVOS:


1- Classificar e quantificar os numerais de 1 a 3,
2- Analisar, comparar e argumentar sobre os três tipos diferentes de ações, uma ação de cada porquinho.


COMPETÊNCIAS:

Determinar as quantidades de 1 a 3 e desenvolver a expressão verbal.

METODOLOGIA:

Aula expositiva e de interação, com uso de:
- objetos representativos para a história,
- pintura com aquarela,
- montagem das casinhas da história com Lego.

AÇÃO DIDÁTICA:


Primeiro Momento
Tempo: 10 minutos


- Contar a história “Os três Porquinhos” chamando a participação dos alunos, cantar a música “1-2-3” (Mackenzie);



Segundo Momento
Tempo: 10 minutos
- Pintura em aquarela com reconhecimento da quantidade 3;



Terceiro Momento
Tempo: 10 minutos
- Montar as casinhas dos porquinhos com Lego, observando as estruturas das peças. E se o Lobo assoprar?


HABILIDADES:

Reconhecer a importância do trabalho realizado com capricho e dedicação, estimar o valor de ajudar os amigos e ser grato pelo cuidado que recebemos uns dos outros.


AVALIAÇÃO:

Medir a compreensão da relação do signo numeral com sua quantificação de 1 a 3 e observar a afetividade entre as crianças da turma, sua capacidade de reconhecimento e gratidão.


BIBLIOGRAFIA:

- Conto de Fadas Tradicional “Os Três Porquinhos”,
- Orientação Para Professores do Sistema Mackenzie de Ensino,
- CD de Músicas para Maternal do Sistema Mackenzie de Ensino.

Boa aula!!