quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os Três Porquinhos- na versão do Papai Engenheiro Civil...


O filho quer dormir e pede ao pai (engenheiro) para contar uma história e ele conta a dos três Porquinhos.

Meu Filho, era uma vez três porquinhos (P1, P2 e P3) e um Lobo Mau, por definição, LM, que vivia os atormentando.

P1 era sabido e fazia Engenharia Elétrica e já era formado em Engenharia Civil.

P2 era arquiteto e vivia em fúteis devaneios estéticos absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos.

P3 fazia Comunicação e Expressão Visual na ECA.

LM, na Escala Oficial da ABNT, para medição da Maldade (EOMM) era Mau nível 8,75 (arredondando a partir da 3ª casa decimal para cima). LM também era um mega investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn (onde "n" é um número natural e varia entre 1 e 3), visto que o terreno era de boa conformidade geológica e configuração topográfica, localizado próximo a Granja Viana.

Mas nesse promissor perímetro P1 construiu uma casa de tijolos, sensata e logicamente planejada, toda protegida e com mecanismos automáticos.

Já P2 montou uma casa de blocos articulados feitos de mogno que mais parecia um castelo lego tresloucado. Enquanto P3 planejou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e isopor como fundamentos, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo "o máximo".

Um dia, LM foi ate a propriedade dos suínos e disse, encontrando P3:-

- "Uahahhahaha, corra, P3, porque vou gritar, e vou gritar e chamar o Conselho de Engenharia Civil para denunciar sua casa de palha projetada por um formando em Comunicação e Expressão Visual! "

Ao que P3 correu para sua amada cabana, mas quando chegou lá os fiscais do Conselho já haviam posto tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2.

Mas quando chegou lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando:

- "Abra essa porta, P2, ou vou gritar, gritar e gritar e chamar o Greenpeace, para denunciar que você usou madeira nobre de áreas não-reflorestadas e areia de praia para misturar no cimento."

Antes que P2 alcançasse a porta, esta foi posta a baixo por uma multidão ensandecida de ecos-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pixando e entoando palavras de ordem.

Ao que segue P3 e P2 correm para a casa de P1. Quando chegaram na casa de P1, este os recebe, e os dois caem ofegantes na sala de entrada.

P1: - O que houve?

P2: - LM, lobo mau por definição, nível 8.75, destruiu nossas casas e desapropriou os terrenos.

P3: - Não temos para onde ir. E agora, que eu farei? Sou apenas um formando em Comunicação e Expressão Visual!

Ouviu-se.. Tum-tum-tum-tum-tuuummm!!!! (isto é somente uma simulação de batidas à porta, meu filho! o som correto não é esse.)

LM: - P1, abra essa porta e assine este contrato de transferência de posse de imóvel, ou eu vou gritar e gritar e chamar os fiscais do Conselho de Engenharia em cima de você!!!, e se for preciso até aquele tal de Confea.

Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco arquiteto e do...do... comunicador e expressivo visual), LM chamou os fiscais, e estes fizeram testes de robustez do projeto, inspeções sanitárias, projeções geomorfológicas, exames de agentes físico-estressores, cálculos com muitas integrais, matrizes, e geometria analítica avançada, e...  nada acharam de errado.

Então LM gritou e gritou pela segunda vez, e veio o Greenpeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era ecologicamente correta.

Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém super-comum nos contos de fada): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu ate a chaminé e resolveu entrar por esta, para invadir.

Mas quando ele pulou para dentro da chaminé, um dispositivo mecatrônico instalado por P1 captou sua presença por um sensor térmico e ativou uma catapulta que impulsionou com uma força de 33.300 N (Newtons) LM para cima.

Este subiu aos céus, numa trajetória parabólica estreita, alcançando o ápice, onde sua velocidade chegou a zero, a 200 metros do chão.

Agora, meu filho, antes que você pegue num repousar gostoso e o Papai te cubra com este edredom macio e quente, admitindo que a gravidade vale 9,8m/s² e que um lobo adulto médio pese 60kg, calcule:

a) o deslocamento no eixo "x", tomando como referencial a chaminé.

b) a velocidade de queda de LM quando este tocou o chão.

c) o susto que o Lobo Mau tomou, num gráfico lógico que varia do 0 (repouso) ao 9 (ataque histérico).




Autor Desconhecido





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

40 dicas para as crianças aprenderem a comer melhor (sem aviãozinho) e a terem bons hábitos alimentares...

Hora do almoço e começa a missão impossível: pela milésima vez, pais, mães, babás ou professores tentam fazer com que as crianças comam uma refeição equilibrada, com verduras, legumes, grãos, proteínas etc, ou simplesmente comam qualquer coisa.



A queixa de que o filho não come bem é uma das mais comuns e antigas nos consultórios pediátricos. A preocupação é legítima, mas há suspeitas de que, se os pais se preocupassem menos e relaxassem mais, boa parte do problema estaria resolvida. "Se a felicidade da família depende do que o filho de quatro anos come, ele está frito", avisa o pediatra Fabio Ancona Lopes, presidente do departamento de nutrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Explica-se: os sensores que regulam a fome e a saciedade estão em uma esfera do sistema nervoso central ligada às sensações primitivas dos indivíduos; estímulos intelectuais e afetivos acionam outras esferas. Se, na hora de comer, essas esferas entrarem em conflito - por exemplo, se a sensação de fome ou de saciedade não corresponder à percepção emocional de que a mãe "está feliz" com o que a criança comeu-, o circo estará armado.

E haja circo. Do aviãozinho à chantagem, da verdura escondida às promessas, pais e mães acabam achando que qualquer tentativa é válida. O problema é que essas estratégias não costumam funcionar sistematicamente. Por isso, mesmo quando os pais conseguem fazer com que a criança engula o alimento desejado, não se obtém o mais importante: criar o hábito da boa alimentação.

"Em uma casa onde todos têm bons hábitos, mesmo a criança que "não come" tem uma grande chance de estar se alimentando bem. E um dia a ficha cai. Ela vai saber e conseguir comer de uma forma saudável", acredita a nutricionista Maria Luiza Ctenas.

Duro é esperar até a ficha cair. Mas os pediatras garantem que, se os parâmetros de crescimento estão normais, não há porque se preocupar com a criança que, aparentemente, come pouco. E esses parâmetros são mais bem observados nos consultórios, por meio da curva de crescimento anotada pelo pediatra a cada consulta. Isso é importante, explica Lopes, porque a partir do segundo ano de vida até o início da puberdade a velocidade de crescimento é, naturalmente, bem menor do que a do lactente e a do adolescente.

Isso tudo não quer dizer que basta relaxar e deixar o filho comer quanto, o que e como quiser. Baixar a ansiedade é apenas o primeiro passo para fazer a questão de a comida passar de problema, a prazer. Esse é o segredo. Descobrir novas formas de apresentar os alimentos, prepará-los junto das crianças, além de adotar e transmitir bons hábitos à mesa podem exigir paciência. Mas esse processo não deve ser penoso. É o que mostram as 40 dicas dos especialistas ouvidos por Equilíbrio.

1 - Misturar alimentos não é bater tudo junto em uma pasta sem cor nem gosto definido. É importante deixar a criança entrar em contato com sabores variados e aprender a diferenciá-los. Mesmo em uma sopa feita com vários legumes, escolha a cada vez um que será predominante, na cor e no sabor: cenoura, beterraba, mandioquinha etc.



2 - Nas sopas de legumes, o melhor é amassar os ingredientes com o garfo, sem passar pelo liqüidificador ou pela peneira, para conservar as fibras dos alimentos.



3 - Acrescente legumes cortados bem fino no omelete ou no recheio de panquecas. Eles também podem entrar em croquetes, almôndegas e hambúrgueres feitos em casa.



4 - Incremente a massa da panqueca com espinafre (bata no liquidificador 4 ovos, 500 ml de leite, 1 colher (sopa) de manteiga derretida e 1/3 de maço de espinafre cozido, espremido e picado. Junte 200 g de farinha de trigo, bata até ficar homogêneo e frite em frigideira antiaderente).



5 - Yakissoba, macarrão japonês feito com legumes e carnes, é um ótimo exemplo de mistura saudável e completa que a maioria das crianças gosta de comer. Você pode comprar pronto ou fazer uma versão em casa (use os legumes que tiver à mão, massa longa e shoyu --não use sal).



6 - Inclua nas refeições comidas que a criança pode pegar com as mãos: cenoura baby, tomate-cereja, espiga de milho, hortaliças cortadas em palito (erva-doce, pepino).

Artes visuais



7 - Coloque os alimentos que compõem a refeição separadamente no prato ou em cumbucas individuais. Eles devem ter cores e texturas diferentes. Deixe a criança se servir sozinha e provar cada uma das diferentes porções.



8 - Não cozinhe demais os legumes. Quando estão crocantes, além de serem mais interessantes visualmente, porque mantêm a forma e as cores ficam mais vivas, eles são também muito mais saborosos.



9 - Para deixar a salada mais atraente, espalhe sobre as folhas croutons, batata-palha, ovo cozido picado, kani desfiado ou pedaços de frutas amarelas e vermelhas (para contrastar com o verde), como manga ou morango.



10 - Faça desenhos em cima do purê de batata. Nada complicado: pode ser um círculo ou uma espiral com ervilhas frescas ou congeladas. Não use as enlatadas --a questão não é apenas nutricional, é estética, porque as ervilhas de lata são moles demais e sua cor não é tão bonita.



11 - Outra idéia é espetar flores de brócolis japonês, cozidas al dente, sobre o purê. Fica mais gostoso quando é a própria criança quem faz a decoração de seu prato.



12 - Cremes ou pastas de vegetais servidos sobre torradas, frutas e legumes no espetinho também são maneiras simples de valorizar o visual da comida.



13 - Espante o tédio da mesa variando o preparo de cada alimento: um dia sirva cru, outro em forma de bolinhos, ou refogado, cortado em rodelas, ralado etc.



14 - Brincar com a apresentação do prato não significa esconder algum tipo de alimento. Chuchu é chuchu, tomate é tomate, mesmo que eles sejam, por exemplo, apresentados em forma de flor.

Sem neuras



15 - Comer é um processo instintivo. O organismo regula a quantidade de energia que precisa por dia; se a criança não comer nada no almoço, por exemplo, ela acabará compensando nas outras refeições. Portanto, respire fundo e espere até seu filho ter fome.



16 - Nenhum alimento é insubstituível. Seu filho não come cenoura? Ofereça abóbora, mamão ou outros vegetais amarelos e alaranjados, e as fontes de vitamina A estão garantidas. E ele nem precisa comer desses alimentos todo dia, porque o organismo estoca a vitamina A.



17 - A mesma idéia vale para qualquer grupo de nutrientes ou micronutrientes (vitaminas e sais minerais). O ideal é equilibrar todos os grupos em uma refeição, mas não se preocupe se seu filho passar mais de um dia sem comer algum tipo de nutriente. Espere por até uma semana e é provável que ele busque naturalmente alimentos que reponham sua necessidade.

18 - A partir dos 4 ou 5 anos, é normal a criança não querer tomar leite. Geneticamente, algumas populações (como as de origem mediterrânea e africana) têm mais dificuldade de digerir o leite (por causa da lactose), mas isso não ocorre com iogurte, queijos etc. E estes últimos podem fornecer todo a cálcio e a vitamina D que a criança precisa.



19 - Comida não é remédio. Qualquer pessoa pode passar a vida inteira sem tocar um bife de fígado. As necessidades normais de ferro são supridas se a criança comer proteína animal e frutas regularmente --as frutas fornecem vitaminas que ajudam na absorção de ferro.

Sem chance



20 - Não sirva no jantar o mesmo cardápio do almoço. Se for reaproveitar os pratos, reinvente as combinações.



21 - Não "ajude" a criança a finalizar o prato. Cada um come aquilo que está no seu próprio prato, a quantidade que achar necessária.



22 - "Raspar" o prato não é uma coisa linda, obrigatória, nem necessariamente desejável. Não obrigue seu filho a isso.



23 - Não faça ameaças de nenhum tipo, como dizer para seu filho que, se ele não comer, ficará doente e terá de ir ao médico. Aliás, quando a criança está doente mesmo, não a obrigue a comer. Mantenha a tranqüilidade e espere até ela sentir fome (isso é um sinal de que ela está se recuperando).



24 - Premiar quem come tudo também não é uma boa prática. É comum os adultos sugerirem que a criança deve comer os legumes, por exemplo, para poder ter a sobremesa. Nenhuma parte da refeição é um prêmio, cada uma tem a sua função, porção e lugar.



25 - O lanche também tem sua função, mas na dose, hora e lugar certo. Não compense no lanche o pouco que seu filho comeu no almoço. O máximo que vai acontecer é ele ficar com mais fome até a hora do jantar e, na melhor hipótese, comerá bem.

Por exemplo



26 - Crianças de 5 ou 6 anos estão na fase de estímulos primários. Elas são atraídas por cores, formas, novidades. Nessa fase, os pais podem proporcionar novas experiências gastronômicas para seus filhos, apresentando os diferentes sabores dos alimentos.



27 - Na boca, somos capazes de sentir apenas quatro gostos: doce (na ponta da língua), salgado e ácido (nas laterais) e amargo (no fundo da boca). A criança que já mastiga pode e deve entrar em contato com todos esses tipos de gosto; dessa forma, poderá reconhecê-los e formar um repertório de sabores (que é a mistura das sensações gustativas com as olfativas). Quanto mais amplo for esse repertório, maior a chance de seu filho comer (quase) tudo.



28 - A tolerância para o gosto amargo é determinada geneticamente. Por isso, não tenha medo de oferecer à criança alimentos com um certo amargor, como rúcula, por exemplo. Se ela tiver predisposição, maravilha; se não, também está ótimo, não insista. O importante é ela conhecer o sabor, para descobrir se gosta ou não daquilo.



29 - O ambiente da refeição deve ser tranqüilo, sem TV, música e muito menos gritaria. Deixe as conversas sérias e broncas para depois. Todas as refeições (lanches inclusive) devem ser feitas à mesa.



30 - Sempre que possível, faça pelo menos uma das refeições principais com seus filhos. Se o horário de trabalho for muito complicado, tente estabelecer um dia da semana para isso, como rotina.



31 - Comida de crianças a partir de dois anos é a mesma dos adultos --elas seguem os hábitos alimentares da casa. Isso significa que, se os pais não comem frutas ou verduras, os filhos seguirão o exemplo e forçá-los a comer salada pode ser um trabalho inútil. Nesses casos, é preciso rever os hábitos de toda a família.



32 - Leve as crianças para a cozinha. Quando elas mesmas preparam os alimentos, certamente vão querer provar o que fizeram. É uma experiência lúdica, prazerosa, como deve ser a relação com a comida.

33 - Ir à feira com as crianças é um jeito divertido de apresentá-las ao mundo das frutas e verduras. E os feirantes têm técnicas infalíveis para fazer o filho do freguês provar as frutas que querem vender.



34 - Fazer o supermercado com a família toda é um pouco mais complicado, mas vale a pena. É uma boa ocasião para fazer acordos - para levar sorvete, é preciso levar cenoura.



35 - Sirva porções pequenas -até para dar oportunidade de a criança pedir mais, se quiser, porque gostou ou porque ainda está com fome.



36 - Se o seu filho diz que não gosta de um alimento que não conhece, proponha que ele prove um pedaço (tem de ser pequeno mesmo) e, se não gostar, não precisa comer. Dê um tempo e ofereça pelo menos por mais cinco vezes, em ocasiões e formas de preparo diferentes.



37 - Ofereça as comidas que as crianças gostam preparadas de forma mais saudável. Por exemplo, troque a batata frita por batata cortada em cubinhos, regada com um pouco de azeite e sal e assada no forno por cerca de 40 minutos.



38 - No lugar do doce com açúcar refinado, ofereça banana-passa --o açúcar da fruta pode saciar a vontade irresistível de comer um doce.



39 - Em vez de macarrão na manteiga, experimente servir a massa regada com azeite (ou, pelo menos, metade manteiga, metade azeite).



40 - Use pão integral em forma de bisnaguinha (à venda em supermercados e algumas padarias) para fazer o lanche da escola. No recheio, coloque o tipo de queijo ou frio preferido pela criança e alface picada temperada com azeite.



Fontes: FABIO ANCONA LOPEZ, professor de nutrologia
do departamento de pediatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
e presidente do departamento de nutrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo;
MARIA LUIZA CTENAS, nutricionista e autora de "Crescendo com Saúde" (ed. C2);
BETTY KÖVESI MATHIAS, professora de culinária e proprietária da Escola Wilma Kövesi;
RENATA BRAUNE, chef do restaurante Chef Rouge;
BRANCA SISTER, autora de "Socorro, Meu filho Não quer Comer" (ed. Campus Elsevier)

Agradecimento: CAROLE CREMA, chef do restaurante Wraps - Light Food & Smoothies.