quarta-feira, 7 de julho de 2010

FAMÍLIA E AFETIVIDADE





O nosso mundo mudou e mudou junto a estrutura familiar. Não consigo definir se as famílias mudaram porque o mundo mudou, ou o contrário. Fica parecendo a discussão da Tostines!

Fato é que os núcleos familiares sofreram alterações em sua estrutura e composição. Aquela família antes numerosa, composta de pai, mãe e muitos filhos, ás vezes passando da conta dos cinco, perdeu tamanho ao longo dos anos.

A família também mudou em sua estrutura, hoje temos famílias com filhos ilegítimos, dois pais ou duas mães, pais solteiros, mães solteiras, avós ou outros parentes que são legalmente nomeados pais. O que não há como negar, é que a nova tendência da família moderna é a sua composição baseada na afetividade.

Como definir a afetividade? Segundo Vygotsky, a afetividade é concebida como o conhecimento construído através da vivência, não se restringindo ao contato físico, mas à interação que se estabelece entre as partes envolvidas, na qual todos os atos comunicativos, por demonstrarem comportamentos, intenções, crenças, valores, sentimentos e desejos, afetam as relações e, conseqüentemente, o processo de aprendizagem. Perceber o sujeito como um ser intelectual e afetivo, que pensa e sente simultaneamente, e reconhecer a afetividade como parte integrante do processo de construção do conhecimento, implica um outro olhar sobre a prática pedagógica, não restringindo o processo ensino-aprendizagem apenas à dimensão cognitiva.

Segundo OLIVEIRA (2002, p. 233), a afetividade, traduzida no respeito de cada um por si e por todos os membros — a fim de que a família seja respeitada em sua dignidade e honorabilidade perante o corpo social — é, sem dúvida nenhuma, uma das maiores características da família atual.

O importante é considerar a posição que uma pessoa ocupa dentro de um núcleo familiar, seja lá qual for essa estrutura.

A formação de uma pessoa depende definitivamente da experiência afetiva familiar. Cuidados físicos e materiais garantem a sobrevivência e o crescimento infantil, mas só o envolvimento afetivo pode proporcionar a um filho a oportunidade de desenvolver a capacidade de se relacionar com outras pessoas além da família.

Os maiores e piores problemas de indisciplina escolar, são causados por falta de afetividade familiar. Crianças carentes e desvalorizadas no núcleo familiar, são agitadas, inquietas, irritadiças e agressivas no núcleo escolar.

Por falta de tempo, por estilo de vida que impõem ausência dos pais ou responsáveis, muitas crianças estão crescendo sem experimentar o valor de um beijo, um abraço, de um programa juntos como uma viagem, um passeio de final de semana, sem capacidade de compartilhar, se compadecer, cooperar, agir com gentileza.

Faça você mesmo um exercício de memória, tente lembrar de fatos da sua própria infância. Você vai descobrir que só se lembra do que esteve ligado a algum tipo de afetividade, ou da falta desta.

A família é a primeira sociedade da criança e inegável é que o afeto encontra-se presente nas relações familiares tradicionais ou não, sendo caracterizadas no tratamento mútuo entre os adultos e as crianças, que se vinculam não só pelo sangue, mas por amor e carinho.

Uma grande ocupação da família deve ser a manutenção de um cotidiano de cooperação, respeito, cuidado, amizade, carinho, afinidade, atenção recíproca entre todos os seus membros. Uma criança para quem se dispensa tempo e atenção terá seguramente bom desempenho escolar e bom desenvolvimento social.

Invista na afetividade!

 

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